quinta-feira, 10 de junho de 2010

Cada um com sua metade.

Aos 17 anos Maria Aparecida Rosa se apaixonou perdidamente por Joaquim, e depois de muito namorar escondido, Joaquim resolve pedir a mão de Maria. Mas a família da moça não permite, por motivos que não fazem o mínimo de sentido, isso do ponto de vista do casal.
E então para poder viver esse amor proibido decidem fugir e se feliz.
Fugiram, fugiram e fugiram até chegar em São José dos olhos azuis, interior de Lençóis Verdes. Juntaram seus paninhos com o pouco que tinham e compraram uma linda casinha que supria todas a necessidades e que tinha um belo jardim.
Depois de um ano instalados em São José dos Olhos azuis, Maria deu a luz a uma linda menina que foi batizada com o de Jomara, mistura de Joaquim com Maria.
E tudo parecia bem, até que Maria engravidou novamente, mas no oitavo mês da gestação algo deu errado e o bebe não consegui nascer. Mas a mãe logo superou a perda e em pouco tempo engravidou novamente, mas assim como da ultima vês o bebe se perdeu no caminho para esse mundo.
Enquanto Jomara crescia forte e feliz, Maria engravidou oito vezes e nas oito vezes foi infeliz. Nada conseguia explicar a dificuldade das gestações. Foi quando Maria cansada de tanta simpatia e prece e reza e idéia furada, resolveu apelar para o santo da cidade, São José dos Olhos Azuis, e fez uma promessa, de que todo filho que nascesse com a ajuda do santo teria o seu nome.
E assim foi, depois dessa promessa Maria teve oito filhas, e todas as oito meninas foram batizadas pelo nome de Josefa Aparecida Rosa. E com a dificuldade de chamar as filhas, além do nome de batizado todas tinham um apelido, curtinho pra não complicar, Zéfa, Finha, Cida, Tida, Josi, Sinhá, Titá e Rosa.
Jomara que tinha uma grande diferença de idade das irmãs, ajudava a mãe a criar as meninas. A família das Josefas era muito conhecida na cidade de São José dos Olhos Azuis não só pela promessa da mãe e o nome das filhas, mas também pela beleza que todas as mocinhas iam ganhando ao crescer. Era uma mais linda que a outra, todas tinham uma característica distinta, além dos profundos e brilhantes olhos azuis. Zéfa a primeira depois da promessa tinha lábios carnudos e vermelhos em um rosto perfeito. Finha tinha saboneteiras em um colo convidativo que entrava em harmonia com o corpo escultural. Cida tinha bochechas rosadas que lhe davam um ar de uma frágil boneca de porcelana. Tida tinha um narizinho arrebitado que parecia pedir um beijo. Josi uma pele com um eterno bronze natural e pernas cumpridas. Sinhá tinha cabelos cumpridos, negros e lisos, que bailavam com qualquer brisa. Titá uma voz mansa que alegrava a família com lindas canções e um sorriso que contagiava até o ser mais depressivo. E finalmente Rosa, a caçula, a mais bonita, a que tinha a junção de todas a belezas, linda e linda, que chega me da um aperto no coração só de falar. Rosa causava nas pessoas, homens, mulheres, crianças, um descontrole, não tinha quem não sonhasse com ela, para tela como mãe, mulher, como estatua, ou simplesmente como imagem, as mulheres sofriam, pois sabiam que nunca seriam chegariam a ser belas como Rosa, e a amavam mesmo assim, era impossível não amar Rosa.
O pai Joaquim, não conseguia sozinho domar todos os rapazes apaixonados que apareciam em sua porta, Jomara a filha mais velha e a menos bonita (quase feia) ajudava a vigiar as oito mocinhas.
Apesar de todas serem lindas, elas não se importavam com as tantas propostas que tinham, não ligavam pra namoro, elas queriam cantar, atuar, bordar, cozinhar, brincar. A única que se assanhava com um baile, uma festa, qualquer lugar onde os olhares apaixonados a seguia. Ela achava que namorar era a coisa mais linda que se podia fazer, e sempre que podia inventava uma desculpa para o pai tentando o convencer a deixa-la namorar.
E quando mais o tempo passava, maior era o fuzuê na porta de Joaquim, diariamente aparecia um louco apaixonado, e eles vinham de cada vez mais longe, com presentes cada vez mais absurdo tentando convencer o pai em ceder, sem contar nas cartas, buques, bombons, carros de mensagem, presentes, que as outras irmãs recebiam diariamente.
Até que lá pelas tantas Joaquim resolveu ceder, e aceitou o pedido de namoro a um rapazinho, não sabemos o nome, e nem o porque Joaquim resolveu ceder mas assim foi. Então toda tarde Rosa se sentava no sofá da sala ao lado de seu namoradinho, e em frente se sentava Jomara, observando cada movimento. Nada acontecia, toda tarde era isso, um dia o rapaz sentou passar a mão pelos ombros de Rosa, e Jomara deu um berro dizendo para para “imediatamente com aquela pouca vergonha”.
Rosa começou a se encher com aquela situação. Não sabia que namorar na verdade era tão chato, e apesar de tanto assanhamento era nova e não queria mais interromper suas brincadeira no quintal para ficar sentada no sofá.
Então terminou o namoro, para a infinita tristeza do rapaz, e resolveu seguir o exemplo das outras irmãs.


Quando Rosa chegou aos seu 19 anos, chegou na cidade de São José dos olhos azuis o Circo. E Rosa ficou encantada com as cores, as musicas, os saltos, as roupas, os risos, os aplausos e a harmonia que existia naquele lugar. Rosa descobriu que era isso o que queria fazer. Compartilhou sua paixão com as irmãs. E as oito irmãs, lindas, inteligentes e curiosas, cheias de dons naturais e aperfeiçoados, cansadas daquela cidade que nada mais tinha para se descobrir, fugiram para viver com o circo, assim como antes seus pais fugiram para viver um amor.
Com o circo viajaram o mundo, e fizeram muito sucesso com um numero chamados “ Beldades Josefas”. Se espalharam por todos países e existem vários boatos relacionados a elas, dizem que a personagem das histórias em quadrinho “Mulher Maravilha” foi inspirada em Rosa, e que a “Mulher Gato”, foi inspirada em Tita, que no circo se tornara uma linda acrobata, isso entre outras mulheres mundias e imortais que conhecemos.
A decendencia das oito se espalhou pelo planeta. Vez ou outra aparece alguém com as características marcantes das Josefas.
Jomara continuou morando em São José dos olhos Azuis, Sem se casar e cuidando dos pais, tentando consola-los pela fuga das belas meninas.

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