quarta-feira, 30 de junho de 2010
terça-feira, 29 de junho de 2010
Aviso da Lua que menstrua
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
às vezes parece erva, parece hera
cuidado com essa gente que gera
essa gente que se metamorfoseia
metade legível, metade sereia.
Barriga cresce, explode humanidades
e ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
mas é outro lugar, aí é que está:
cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita..
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro,
transforma fato em elemento
a tudo refoga, ferve, frita
ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou
é que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga
é que tô falando na "vera"
conheço cada uma, além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela
delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado
ou sem os devidos cortejos..
Às vezes pela ponte de um beijo
já se alcança a "cidade secreta"
a Atlântida perdida.
Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.
Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas
cai na condição de ser displicente
diante da própria serpente
Ela é uma cobra de avental
Não despreze a meditação doméstica
É da poeira do cotidiano
que a mulher extrai filosofando
cozinhando, costurando e você chega com a mão no bolso
julgando a arte do almoço: Eca!...
Você que não sabe onde está sua cueca?
Ah, meu cão desejado
tão preocupado em rosnar, ladrar e latir
então esquece de morder devagar
esquece de saber curtir, dividir.
E aí quando quer agredir
chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui!
O que você tem pra falar de vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe:
VACA é sua mãe. De leite.
Vaca e galinha...
ora, não ofende. Enaltece, elogia:
comparando rainha com rainha
óvulo, ovo e leite
pensando que está agredindo
que tá falando palavrão imundo.
Tá, não, homem.
Tá citando o princípio do mundo!
De Elisa Lucinda
Cada um no seu quadrado. LONGE DO MEU DE PREFERENCIA.
Uma vez aprendi que cada temos, assim como na musica, um quadrado. E cada um ocupamos o nosso quadrado da nossa forma, alguns pouco espaço, alguns metade, e poucos ocupam o quadrado inteiro. Aprendi que ás vezes ao dizer o que pensamos ocupamos todo o nosso quadrado, e que em outras ocasiões ocupamos o quadrado vizinho.
Hoje, estou encolhida no meu quadrado. Pedindo socorro de qualquer lugar. Alguém que saiba me dizer do que vale tudo isso, do que vale tanta espera, tanto, sufoco. Será que vale pena todo esse preparo em vão.
E e se eu estou fazendo algo errado me diga por favor. Por que eu estou tentando me acertar com o meu redor, mas quanto mais eu tento concertar e entender, mais me afasto das pessoas das coisas e do entendimento.
E esse quadrado vai ficando cada vez maior ao meu redor. Eu fico construindo pessoas, ambientes simpáticos, quando penso que no fim está tudo bem, algum detalhe me escapa do controle, e o céu azul que existia no meu quadrado se transforma em uma tempestade.
Vou continuar esperando Naquele que me fortalece, Ele fortalece de verdade, é a única certeza que tenho agora.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
BIZUNGA
Porque eu fui uma menina com uma flor, e estou esperando você voltar, mesmo sabendo que não está voltando pra mim, e estou aqui nesse quarto pensando que talvez seja melhor dormi aqui, sozinha, desse outro jeito que não é mais o jeito de nós dois.
Porque eu fui uma menina com uma flor, e você o meu saudoso Vinicius, que me compunha cantigas, me fazia rir, chorar, sofre, morrer e ressuscitar no instante seguinte me desmanchando em tantos suspiros fortes, quentes que liquidava todo acontecimento em qualquer espaço, que não fosse aquele onde você era eu e eu era só você e mais nada. Depois nos suicidávamos mais um pouco, pra terminar a seqüência de pecados carnais. Aquele quarto, onde está tudo do mesmo jeito, as mesma fotos, os mesmo móveis com os mesmos livros, o mesmo cheiro de duas carnes e o peixe. Você fala mal de mim pra ele, mas ele não liga, porque é muito meu chapa, e fui eu que o comprei.
E porque eu fui uma menina com uma flor, e corria de madrugada pra te ver, só porque você gemeu mais baixo, e você canta tão desafinado que ninguém mais tenta concertar, e fica todo mundo rindo, porque você é engraçado mesmo sem querer ser.
Porque eu fui(sou) uma menina com uma flor, e daria tudo para poder estar aí, e essa distanciam já existia antes de você partir. Porque sem você, não sei nem chorar, sou chama sem luz, jardim sem luar, e porque sem você, meu bem, eu (não)sou alguém.
Eu sei que muitas pessoas já se espessaram sobre isso, mas esse blog é meu e como já disse posso repetir o que quiser. Rs. E por mais que eu use palavras parecidas quero falar sobre o teatro.
Com o grupo de dança que faço parte, fizemos algumas modificações nosso local de trabalho, e montamos uma caixa-preta.
Conversando com uma colega, começamos a dizer as coisas que podem acontecer dentro de um palco. O palco é sagrado.
Dentro dessa caixa preta mágica, podem-se construir galáxias, mil mundos indescobertos, podemos ser um, dois, três, quatro cinco pessoa, pode-se matar, morrer, ressuscitar, nascer, podemos amar, “amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar sempre, e até de olhos vidrados, amar”. Podemos voltar a qualquer tempo, ir e voltar no tempo, na vida. Hoje, dentro dessa caixa, pode-se falar de qualquer coisa, de qualquer forma, sobre qualquer pessoa, em qualquer lugar. Isso não quer dizer só acontecem manifestações boas dentro dessa caixa, pois infelizmente, ou felizmente, nem todos sabem lidar com essa liberdade.
Sinto-me feliz, por descobrir essa “coisa de teatro”. Antes que tudo em mim acabe, quero poder muitas coisa, no maior numero de palcos possível, tudo com respeito suficiente, para também ser respeitada. Quero ser linda, feia, boa, “boua”, mãe, amante, monstro, bicho, riso, choro, nada, quero ser dançante, quero ser íntima ao publico.
Não sei o dia de amanhã, mas hoje quero ser desse jeito até o ultimo suspiro.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
.15 DE JUNHO DE 2010. Copa do Mundo da Africa - Brasil x Coréia do Norte
Eu tenho 19 anos e faço curso técnico de segunda a sexta-feira, das 9 às 13hs. E nessa terça-feira como em todas as outras, peguei o meu ônibus no Terminal Bandeira rumo ao Terminal Campo Limpo.
Já no no Terminal Bandeira o ônibus lotou, sentei em um “chiqueirinho”, um espaço entre dois bancos, ele partiu exatamente as 13:45hs, nos primeiros 500 metros de viajem já nos deparamos com um transito fora do normal de carros, coletivos públicos, motos. Pensei que não duraria muito pois logo entraríamos no corredor de ônibus. Mas por uma coisa eu não esperava, a quantidade de pessoas que iriam para o mesmo lugar que eu. A minha primeira idéia era dormir e fingir que não estava tudo bem, meu plano era chegar em casa e ver o jogo do começo ao fim. Mas esteva impossível pregar os olhos, no primeiro ponto depois do túnel da 9 de julho, cerca de 25 pessoas se aglomeraram na porta tentando entrar no ônibus que já estava cheio. As portas são automáticas, o ônibus só anda quando as portas estão fechadas, e ninguém saía das portas, as duas pontas do ônibus vazias, frente e fundo, e na porta, uma verdadeira guerra para ver quem entrava ou não. Eu observando tudo isso aflita, pois tinha pressa mas me divertindo em ver toda aquela confusão de fora, descobri que mesmo os homens sendo maiores e mais fortes, eles estavam sendo massacrados pela mulherada apressada, elas eram muito mais dinâmicas, se enfiavam em qualquer buraco, enquanto os homens ficavam esperando uma boa hora de entrar no ônibus, fiquei um pouco penalizada, quando no fim de 20 minutos o ônibus partiu e deixou para trás vários homens com fisionomias cansadas, e loucos para chegar em casa e ver o tão esperado jogo.
E foi assim nos outros três pontos da 9 de julho depois do túnel. A mesma novela, abarrotada de pessoas. Parecia que tudo ia explodir, os vidros, as portas, entendi por que existem outros coletivos, estragados, nunca entendia como se podia quebrar as portas, mas nesse sia entendi muita coisa. Nunca tinha visto tanta gente enfiada no mesmo lugar. Pela manhã em minha aula, aprendi sobre o espaço vital necessário entre as pessoas, era totalmente diferente da realidade que eu estava vivendo naquele ônibus. E ao nosso redor carros de luxo equipados com ar condicionado, e com apenas um passageiro, números taxi cistas irritados, motoqueiros que pareciam baratas tontas com sua buzinas infernais, e os camelos com suas perucas verdes e amarelas, cornetas, passeando por entres as filas de carros. E ao redor de tudo isso, Prédios e mais prédios, com infinitas janelas, em algumas tinha uma singela bandeira do Brasil ou alguém assistindo o apocalipse de carros com uma camiseta da seleção.
14:55, estávamos preso na saída da 9 de julho para a Cidade jardins. Um transito que eu realmente nunca tinha visto, parecia mesmo fim do mundo, só que verde e amarelo.
Tentei fechar os olhos, mas não dava, a angustia era maior. Existem umas figuras estranhas e distintas, nos ônibus que parece sugar a nossa energia do outro e tudo vira uma coisa só. Tinha na minha frente uma mulher vaidosa, loura que atravancava os corredores e era chata igual uma colega minha de trabalho. Ficava comentando tudo comigo e eu com uma cara de pão amassado.
Mas a coisa mais interessante de se assistir em um ônibus lotado, é uma briga. Como se já não bastasse os dois individuas que discutem, aparecem duas torcidas que acabam se dividindo, e formando pequenos atritos em todo ônibus.
Dependendo do dia, mês ou semana, parece que está todo mundo com o mesmo animo, ou todos falantes e tagarelo, ou todos sonolentos, e desanimados.
Nessa minha viajem o que tínhamos em comum era a espectativa de ver o jogo.
Quando finalmente chegamos na Av. Francisco Morato, entrou uma passageira que foi até o final da viajem perturbando o coitado do motorista, com fazer idiotas, e foi ela que dividiu as torcidas, enquanto alguns riam dos gritos, e ofensas que ela derramava para o motorista, outros se incomodavam com a vulgaridade da moça.
Finalmente depois de 25km em 2 horas e meia. Chegamos ao terminal, eu precisei pegar outra condução. Fiquei um tempo e uma fila, e assim como o primeiro ônibus, a lotação, deu jus ao nome e lotou, enquanto o magrelo do cobrador pedia aos passageiros para que “dessem mais um passinho”. Não deu certo, como o veiculo era menos, as pessoas se uniram e começaram a gritar e a bater em todas as partes no veiculo, manifestando para que o motorista partisse. No meio dessas pessoas tinha um grupo de amigos todos caracterizados, com perucas, toucas e cabelos pintados de verde e amarelo. Enquanto um tinha uma corneta o outro tinha uma buzina de bicicleta que mais parecia a de um caminhão. E eu no meio de tudo isso louca quase.
O motorista partiu, foi até o final sem soltar ninguém, um dos passageiros soltou a vinheta “mora todo mundo no mesmo lugar?” o outro respondeu, “é todo mundo periferia. Bobeira. Mas no fim desceu todos no mesmo lugar. Enquanto eu caminhava até chegar em casa, observava as pessoas nas ruas assistindo ao jogo, nos bares todos vidrados, as crianças corriam com os barulhinhos na boca. Tinha até o atrasado que pintava a rua de verde amarelo. As coisas estavam todas no mesmo lugar, os traficantes, o lixo nas guias, as crianças magrelas e descalças, as ruas esburacadas, os bêbados, (até os “bufões” estavam de verde e amarelo),tudo da mesma forma, o que colocava alegria para camuflar a tristeza do cotidiano era a Copa do mundo, e o futebol da nossa seleção. Por um instante aquela hipocrisia coletiva me comoveu.
Poucos minutos antes de eu chegar em casa, estava subindo um escadão, que tinha um vista panorâmica, e quando estava na metade do escadão o Brasil fez o primeiro gol, eu tive o privilégio de assistir famílias e famílias vibrando energicamente, por uma coisas que acontecia do outro lado do atlântico, fiquei muito emocionada. Pois é, ninguém escapa, por mais duro que seja o coração, ver um menininho correndo e gritando “gooooool”, foi lindo, eu não precisava assistir mais nada, aquela viajem por entre sentimentos humanos já me deixava satisfeita.
Quando cheguei no topo do escadão, e dei a ultima olhada pra traz, pensei que não era só aquele bairro que torcia em frente a uma televisão pela seleção brasileira, mas sim cerca de 190 milhões de brasileiros, distribuídos, por 26 estados.
Cheguei em casa as 16:45h. Não quis assistir o fim do jogo.
*FOTOS:1.Passageiro Av. Paulista, Patricia Araújo. 2.Estação Sé do Metrô, André Vicente. 3. Torcedores Anhangabaú, Daniel Marenco
segunda-feira, 14 de junho de 2010
sexta-feira, 11 de junho de 2010
A árvore da serra
— As árvores, meu filho, não têm alma!
E esta árvore me serve de empecilho...
É preciso cortá-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!
— Meu pai, por que sua ira não se acalma?!
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!
Deus pos almas nos cedros... no junquilho...
Esta árvore, meu pai, possui minh'alma! ...
— Disse — e ajoelhou-se, numa rogativa:
«Não mate a árvore, pai, para que eu viva!»
E quando a árvore, olhando a pátria serra,
Caiu aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraçou com o tronco
E nunca mais se levantou da terra!
-Augusto dos Anjos-
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Cada um com sua metade.
E então para poder viver esse amor proibido decidem fugir e se feliz.
Fugiram, fugiram e fugiram até chegar em São José dos olhos azuis, interior de Lençóis Verdes. Juntaram seus paninhos com o pouco que tinham e compraram uma linda casinha que supria todas a necessidades e que tinha um belo jardim.
Depois de um ano instalados em São José dos Olhos azuis, Maria deu a luz a uma linda menina que foi batizada com o de Jomara, mistura de Joaquim com Maria.
E tudo parecia bem, até que Maria engravidou novamente, mas no oitavo mês da gestação algo deu errado e o bebe não consegui nascer. Mas a mãe logo superou a perda e em pouco tempo engravidou novamente, mas assim como da ultima vês o bebe se perdeu no caminho para esse mundo.
Enquanto Jomara crescia forte e feliz, Maria engravidou oito vezes e nas oito vezes foi infeliz. Nada conseguia explicar a dificuldade das gestações. Foi quando Maria cansada de tanta simpatia e prece e reza e idéia furada, resolveu apelar para o santo da cidade, São José dos Olhos Azuis, e fez uma promessa, de que todo filho que nascesse com a ajuda do santo teria o seu nome.
E assim foi, depois dessa promessa Maria teve oito filhas, e todas as oito meninas foram batizadas pelo nome de Josefa Aparecida Rosa. E com a dificuldade de chamar as filhas, além do nome de batizado todas tinham um apelido, curtinho pra não complicar, Zéfa, Finha, Cida, Tida, Josi, Sinhá, Titá e Rosa.
Jomara que tinha uma grande diferença de idade das irmãs, ajudava a mãe a criar as meninas. A família das Josefas era muito conhecida na cidade de São José dos Olhos Azuis não só pela promessa da mãe e o nome das filhas, mas também pela beleza que todas as mocinhas iam ganhando ao crescer. Era uma mais linda que a outra, todas tinham uma característica distinta, além dos profundos e brilhantes olhos azuis. Zéfa a primeira depois da promessa tinha lábios carnudos e vermelhos em um rosto perfeito. Finha tinha saboneteiras em um colo convidativo que entrava em harmonia com o corpo escultural. Cida tinha bochechas rosadas que lhe davam um ar de uma frágil boneca de porcelana. Tida tinha um narizinho arrebitado que parecia pedir um beijo. Josi uma pele com um eterno bronze natural e pernas cumpridas. Sinhá tinha cabelos cumpridos, negros e lisos, que bailavam com qualquer brisa. Titá uma voz mansa que alegrava a família com lindas canções e um sorriso que contagiava até o ser mais depressivo. E finalmente Rosa, a caçula, a mais bonita, a que tinha a junção de todas a belezas, linda e linda, que chega me da um aperto no coração só de falar. Rosa causava nas pessoas, homens, mulheres, crianças, um descontrole, não tinha quem não sonhasse com ela, para tela como mãe, mulher, como estatua, ou simplesmente como imagem, as mulheres sofriam, pois sabiam que nunca seriam chegariam a ser belas como Rosa, e a amavam mesmo assim, era impossível não amar Rosa.
O pai Joaquim, não conseguia sozinho domar todos os rapazes apaixonados que apareciam em sua porta, Jomara a filha mais velha e a menos bonita (quase feia) ajudava a vigiar as oito mocinhas.
Apesar de todas serem lindas, elas não se importavam com as tantas propostas que tinham, não ligavam pra namoro, elas queriam cantar, atuar, bordar, cozinhar, brincar. A única que se assanhava com um baile, uma festa, qualquer lugar onde os olhares apaixonados a seguia. Ela achava que namorar era a coisa mais linda que se podia fazer, e sempre que podia inventava uma desculpa para o pai tentando o convencer a deixa-la namorar.
E quando mais o tempo passava, maior era o fuzuê na porta de Joaquim, diariamente aparecia um louco apaixonado, e eles vinham de cada vez mais longe, com presentes cada vez mais absurdo tentando convencer o pai em ceder, sem contar nas cartas, buques, bombons, carros de mensagem, presentes, que as outras irmãs recebiam diariamente.
Até que lá pelas tantas Joaquim resolveu ceder, e aceitou o pedido de namoro a um rapazinho, não sabemos o nome, e nem o porque Joaquim resolveu ceder mas assim foi. Então toda tarde Rosa se sentava no sofá da sala ao lado de seu namoradinho, e em frente se sentava Jomara, observando cada movimento. Nada acontecia, toda tarde era isso, um dia o rapaz sentou passar a mão pelos ombros de Rosa, e Jomara deu um berro dizendo para para “imediatamente com aquela pouca vergonha”.
Rosa começou a se encher com aquela situação. Não sabia que namorar na verdade era tão chato, e apesar de tanto assanhamento era nova e não queria mais interromper suas brincadeira no quintal para ficar sentada no sofá.
Então terminou o namoro, para a infinita tristeza do rapaz, e resolveu seguir o exemplo das outras irmãs.
Quando Rosa chegou aos seu 19 anos, chegou na cidade de São José dos olhos azuis o Circo. E Rosa ficou encantada com as cores, as musicas, os saltos, as roupas, os risos, os aplausos e a harmonia que existia naquele lugar. Rosa descobriu que era isso o que queria fazer. Compartilhou sua paixão com as irmãs. E as oito irmãs, lindas, inteligentes e curiosas, cheias de dons naturais e aperfeiçoados, cansadas daquela cidade que nada mais tinha para se descobrir, fugiram para viver com o circo, assim como antes seus pais fugiram para viver um amor.
Com o circo viajaram o mundo, e fizeram muito sucesso com um numero chamados “ Beldades Josefas”. Se espalharam por todos países e existem vários boatos relacionados a elas, dizem que a personagem das histórias em quadrinho “Mulher Maravilha” foi inspirada em Rosa, e que a “Mulher Gato”, foi inspirada em Tita, que no circo se tornara uma linda acrobata, isso entre outras mulheres mundias e imortais que conhecemos.
A decendencia das oito se espalhou pelo planeta. Vez ou outra aparece alguém com as características marcantes das Josefas.
Jomara continuou morando em São José dos olhos Azuis, Sem se casar e cuidando dos pais, tentando consola-los pela fuga das belas meninas.
terça-feira, 8 de junho de 2010
Aniversário
Nesses últimos dias fiz aniversario. E lá pelas tantas do meu dia, comecei a me questionar sobre esse tão esperado dia. Nunca fiz uma grande festa para comemorar, e realmente não sinto falta.
Sinto um certo desprezo por esse dia. O que é o aniversário, se não a afirmação de que o fim está próximo. É como se fosse um carimbo, que anualmente vem nos marcar, e dizer que enquanto nos preocupamos com discussões, e tolices, os dias estão passando e o tempo rolando. O aniversário é uma injeção que nos faz acordar sempre na mesma data e perceber que ainda estamos cagando no pau da mesma forma, e nos da aquela nostalgia e a sensação de que estamos sofrendo pelos mesmos problemas.
Ainda por cima somos parabénisados por isso, somos presenteados.
Infelizmente esse pessimismo me invade nesse dia. Ainda não sei lidar com isso.
Mas tenho que confessar no fim eu acabei cedendo e até fiz uma comemoraçãozinha boba. Tenho uma amiga que não deixaria isso passar assim, cheio desse meu pessimismo.
Valeu amigão!
Leila Rosa